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Planetário / Estrelas

Ciclo de vida estelar: Entenda como nasce e morre uma estrela

Apesar de nascerem quase sempre da mesma forma, estrelas podem seguir dois caminhos ao longo da vida

Letícia Yazbek Publicado em 27/04/2020, às 15h30 - Atualizado em 11/03/2022, às 12h00

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O Sol visto do espaço - Wikimedia Commons
O Sol visto do espaço - Wikimedia Commons

O nascimento de uma estrela acontece em algumas nebulosas (grandes nuvens de gás e poeira). A força da gravidade e os movimentos internos da nebulosa fazem com que partes do material se acumulem e fiquem bem juntas. Aí, aquele pedaço da nebulosa fica contraído e diminui de tamanho. A contração dos gases e da poeira faz a pressão e a temperatura aumentarem cada vez mais.

Quando a pressão é alta o suficiente, a bola de gás passa a transformar hidrogênio em hélio e a emitir luz! Esse processo, chamado de fusão nuclear, libera muita energia — é o início da vida de uma estrela!

Fase brilhante

Dependendo da quantidade de gases e da massa que a estrela acumulou, ela pode ter diferentes tamanhos. Quando a fusão nuclear começa, a estrela entra em uma fase estável, usando todo o hidrogênio disponível para emitir luz. Para estrelas pequenas ou médias (como o Sol), esse processo dura cerca de 10 bilhões de anos. Para estrelas gigantes (com pelo menos oito vezes o tamanho do Sol), que evoluem mais rápido, essa fase dura milhões de anos.

Transformação gigantesca

Quando o hidrogênio acaba, o combustível passa a ser o hélio. Nessa fase, a estrela se expande, tornando-se uma gigante vermelha — no caso das estrelas gigantes, surge uma supergigante vermelha. A energia é distribuída por uma área maior e o calor na superfície diminui. Isso faz com que a estrela tenha tom avermelhado. A partir desse crescimento, o destino da estrela segue dois caminhos, conforme a massa dela.

A luz apagou!

Para uma estrela pequena ou média, 2 ou 3 bilhões de anos depois de se tornar uma gigante vermelha, o processo de queima do hélio termina. Aí, ventos internos expulsam as camadas externas do corpo celeste para o espaço. O material que foi para fora cria uma nebulosa planetária. No centro dela da nebulosa fica o que sobrou na estrela: uma anã branca. Feita de carbono e oxigênio, ela esfria lentamente, por bilhões de anos, até não emitir mais grande quantidade de luz e tornar-se uma anã negra.

Quando o Sol se tornar uma anã branca, ele vai encolher e ficar com diâmetro parecido com o da Terra — cerca de um centésimo do diâmetro que tem hoje. Apesar disso, preservará 60% da massa original.

Muita energia

Nas supergigantes vermelhas, a fusão nuclear continua e o hélio se transforma em elementos mais pesados, como carbono e cálcio, até chegar ao ferro. Quando isso acontece, o núcleo fica tão denso que não consegue mais suportar o próprio peso. Aí, explode, emitindo mais luz do que uma galáxia inteira. A energia liberada é muito grande e são formados elementos como o urânio e o ouro — surgiu uma supernova!

Estrela de nêutrons

Depois da supernova, se o que restou da estrela tiver menos do que cinco vezes a massa do Sol, surgirá uma estrela formada por nêutrons (partícula atômica). A estrela de nêutrons é bastante compacta: pode ter a massa do nosso Sol e diâmetro de apenas 30 quilômetros.

Sem escapatória

Se a massa que restou da estrela for maior do que cinco massas solares, o material restante continua se contraindo até sofrer um colapso. É o buraco negro, tão denso que nada escapa à gravidade dele — nem a luz!