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Viva a História / Personagens

Por que as pessoas conheciam o rei Luís XIV como Rei Sol?

A motivação por trás do apelido do monarca absolutista é repleta de significados

André Nogueira Publicado em 09/11/2020, às 19h53 - Atualizado às 19h55

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Luís XIV da França e Navarra, o Rei Sol - Wikimedia Commons
Luís XIV da França e Navarra, o Rei Sol - Wikimedia Commons

A Era do Absolutismo foi marcada por uma figura central e icônica que representou o ethos do monarca absoluto: Luís XIV da França e Navarra. Idealizador de Versalhes e o maior nome da concentração do poder do Estado Moderno na Europa, ele entrou para a História com a alcunha de Rei Sol (Le Roi-Soleil), mas fica a dúvida: por que essa referência?

A explicação para esse nome começa já no emblema régio do monarca, que assumiu o trono francês com apenas cinco anos de idade (na época, o governo de fato era comandado por seu regente, o cardeal Jules Mazarin). O símbolo de realeza de Luís era o Sol, o principal astro do céu terrestre.

O uso da estrela era uma referência essencialmente simbólica daquilo que dá vida a absolutamente tudo no planeta, fonte da luz e do calor básicos para a existência. Ao mesmo tempo, o Sol é símbolo da ordem desde a Antiguidade e da regularidade das coisas mundanas.

O Estado sou eu

Ao mesmo tempo, o uso do sol tinha um significado interno ao governo, a partir dessa noção de ordenamento que o astro possuía, pois Luís XIV reinaria como o astro (de cima, no topo, e cuja luz atinge a tudo) a corte francesa e o país.

Ou seja, como na prerrogativa do “o Estado sou Eu”, ele teria contato e poder sobre absolutamente tudo, assim como a luz solar. Por isso, seu símbolo costumava acompanhar o lema adotado por Luís, Nec pluribus impar ("nunca desigual para muitos"), uma possível referência à capacidade do rei de tudo fazer e seu esplendor de estar acima de tudo.

No limite, ao se designar Rei Sol, Luís XIV se autoproclamava um ente político que se igualava ao astro, o maior de todos na visão da época (que era considerado um “astro-rei”). Na visão do rei, o seu brilho — no sentido estético de vislumbre e no político, de capacidade de atingir e regrar — a todos chegaria e a vida na França dele dependeria. Com isso, fora declarado que os poderes do monarca eram inesgotáveis, insubstituíveis e ilimitados.

As formas de representação e de designação na França Moderna, em meio ao caldo político do absolutismo dinástico com traços fortes de uma sociedade medieval, eram de suma importância na legitimação do poder real.

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