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Zoo / Animais

Saiba mais sobre os pterossauros, os répteis voadores do passado

Conheça os primeiros vertebrados capazes de voar que são parentes dos dinossauros

Letícia Yazbek Publicado em 12/02/2021, às 13h00 - Atualizado às 14h49

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Imagem ilustrativa de um pterossauro - Pixabay
Imagem ilustrativa de um pterossauro - Pixabay

Pterossauros formavam um grupo de répteis voadores que viveram durante quase toda a Era Mesozoica (entre 250 milhões e 65 milhões de anos atrás) - os fósseis mais antigos têm cerca de 225 milhões de anos. Logo que surgiram, durante os primeiros milhões de anos, eram pequenos e havia poucas espécies. Mas, a partir do final do período Jurássico (cerca de 145 milhões de anos atrás), os tamanhos começaram a variar e o número de espécies passou de 100!

Esses répteis viviam, principalmente, nas regiões litorâneas. Alguns grupos habitaram apenas um continente, enquanto outros podem ter morado em diferentes partes do mundo. Por exemplo: parentes próximos do Tupandactylus, encontrado no Brasil, foram descobertos também na Europa e na China. Assim, esse grupo pode ter feito grandes migrações.

Como muitos viviam perto do mar, acredita-se que os pterossauros se alimentavam de peixes e moluscos. Mas outras espécies teriam habitado florestas, com modo de vida parecido com os de aves atuais, como os tucanos – voavam em espaços estreitos, comendo frutos e insetos. E ainda existiam os que caçavam dinossauros de pequeno porte – e podiam ser presas de espécies maiores de dinos.

Fósseis de pterossauros foram descobertos pela primeira vez em 1784, na Alemanha, pelo italiano Cosimo Collini. Eles eram muito diferentes de tudo o que já havia sido encontrado. Tanto que o pesquisador acreditou se tratar de um animal aquático. Foi só em 1809 que o francês Georges Cuvier sugeriu que os fósseis pertenciam a répteis voadores. No Brasil, já foram descobertos fósseis de mais de 20 espécies de pterossauros – grande parte na Bacia do Araripe (entre Ceará, Piauí e Pernambuco).

Pterossauros são divididos em dois grupos. As primeiras espécies a surgir são os ranforrincos: tinham mandíbulas cheias de dentes e cauda longa. Já os pterodáctilos, do período Jurássico (há cerca de 160 milhões de anos), possuíam mandíbulas em formato de bico, cauda curta, cabeça maior e poucos (ou nenhum) dentes. Enquanto o primeiro grupo usava a cauda longa para estabilizar o voo, o segundo tinha um controle mais ágil das asas (graças ao cérebro maior).

Além de pertencerem a grupos diferentes, pterossauros e aves têm diferenças físicas. Algumas das principais estão nas asas: as das aves são estreitas, formadas pelos ossos das mãos e várias fileiras de penas; as dos pterossauros eram membranas rígidas e largas, sustentadas pelos ossos dos braços, pernas e por um quarto dedo comprido. Além disso, o pulso tinha um osso a mais (o pteroide) para suportar membrana da asa e facilitar as manobras.

Feito de fibras de proteína, o tecido das asas permitia mais flexibilidade no voo. Assim, esses répteis faziam manobras e movimentos precisos. Os ossos finos e ocos tornavam o animal bem leve e capaz de voar longas distâncias. Quando não estavam no ar, eles se locomoviam usando braços e pernas.

O tamanho dos pterossauros variava conforme a espécie e o modo de vida. A envergadura (comprimento da ponta de uma asa a outra), por exemplo, ia de 20 centímetros a 15 metros.

Alguns fósseis mostram que os pterossauros eram cobertos por estruturas chamadas picnofibras, parecidas com os pelos dos mamíferos, só que mais curtos. Elas teriam a função de proteger o corpo do animal contra a perda de calor – e talvez fossem usadas como ornamento para atrair o parceiro na hora do acasalamento.

Os pterossauros foram extintos há 66 milhões de anos, no mesmo evento que fez os dinossauros não voadores desaparecerem. Apesar de não existir uma teoria comprovada, o sumiço desses animais deve ter sido causado por grandes transformações nos ambientes do planeta – alguns bichos não se adaptaram e morreram.