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Nada de heroína: Mulan quase foi uma comédia romântica

Veja como a ideia original de 'Mulan' é diferente da animação clássica da Disney lançada em 1998

Redação Publicado em 16/04/2024, às 09h10

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Cena da animação 'Mulan' (1998) - Reprodução/Disney
Cena da animação 'Mulan' (1998) - Reprodução/Disney

O romance é um dos gêneros favoritos das animações pertencentes a franquia Princesas da Disney e, normalmente, ele surge misturado a outros gêneros como a comédia e a fantasia, trazendo elementos narrativos e estilísticos que tornam o sonhado ‘felizes para sempre’ ainda mais interessantes de serem acompanhados nas telas.

Tanto é, que o subgênero de comédia romântica se tornou um dos favoritos do estúdio, sendo visto em tramas como ‘Enrolados’, filme de 2010, onde o amor dos protagonistas surge em meio a situações atrapalhadas que divertem o telespectador e servem para fortalecer ainda mais o sentimento de José Bezerra e Rapunzel.

O que poucos podem imaginar, é que uma animação protagonizada por uma princesa da Disney que tem como gêneros para seu filme a fantasia, aventura, drama, guerra e ação, poderia seguir passos semelhantes ao da história protagonizada pela princesa de maiores madeixas do estúdio…

A princesa em questão é Mulan, protagonista do filme autointitulado que chegou aos cinemas em 1998, como uma adaptação do poema milenar chinês intitulado "A Balada de Hua Mulan", onde uma jovem arrisca a própria vida para salvar a de seu pai ao se alistar no exército chinês disfarçada de homem, e lutar na guerra contra os Hunos.

O tom épico e heroico da animação seria originalmente deixado de lado, já que, conforme explicado no livro ‘The Art of Mulan’ (via ScreenRant), a ideia era que ‘Mulan’ seguisse a mesma estrutura narrativa de ‘Tootsie’, filme de comédia romântica lançado em 1982, onde um ator que se disfarça de mulher para conquistar um papel em drama, mas seu segredo passa a se tornar um problema quando ele começa a se apaixonar por uma colega de elenco.

Dessa forma, quando o desenvolvimento de Mulan começou, no final dos anos 1980, os roteiristas definiram que a personagem seria uma garota desajustada que teria tido sua mão prometida a Li Shang, quem ela nunca conheceu e, por esse motivo, decide fugir do casamento arranjado após quebrar uma placa de pedra onde seu pai teria forjado seu destino no templo de sua família, tomando assim, as rédeas de seu próprio futuro.

No entanto, o escritor Chris Sanders, que se juntou ao projeto em 1993 como Chefe de História, não gostou do tom cômico romântico concedido a história e solicitou que o enredo fosse reformulado para se tornar mais fiel à lenda chinesa original, transformando o motivo da fuga de Mulan em amor fraternal, já que ela foge para salvar seu próprio pai que não poderia mais enfrentar o campo de batalha devido à idade avançada e problemas de saúde.

Vale destacar que, caso Sanders não tivesse solicitado a alteração, é possível que Mulan sequer se tornasse uma princesa da Disney. Isso porque a personagem se tornou a primeira a ganhar o título de princesa por realizar um feito heroico, já que ela não vêm da realeza e não se casou com nenhum príncipe, conquistando espaço no seleto grupo devido ao seu legado ao ajudar a China a vencer a guerra contra os Hunos.