Conheça os eventos históricos por trás de 'A Ascensão do Ronin', novo jogo exclusivo da PlayStation ambientado no período do xogunato do Japão feudal
Redação Publicado em 17/04/2024, às 15h50
"A Ascensão do Ronin" é o mais recente lançamento exclusivo da PlayStation para a última geração de consoles. O novo jogo tem a capacidade de levar os jogadores a uma viagem em um momento em que a história do Japão mudou para sempre: o fim do período Edo.
Esse momento histórico marcou a trajetória do Japão, entre 1603 a maio de 1868, como nação governada pelos xoguns da família Tokugawa. Foi um período de forte isolamento político-econômico do país, com rígido controle interno que regulava os feudos por meio de um código de leis. É justamente no final desse período que o "A Ascensão do Ronin" se passa: quando o Japão começou a se abrir para a cultura e economia ocidental.
Entender o contexto histórico que o game é situado pode ajudar os jogadores a escolher quais decisões tomar durante o gameplay. Normalmente, os jogos de samurai são inspirados em um retrato de Japão mais folclórico, cheio de inimigos demoníacos ou guerreiros nobres, como acontece em títulos como "Sekiro", "Ghost of Tsushima" ou "Nioh". Mas enquanto o novo mundo aberto, desenvolvido pelo estúdio Team Ninja, dobra a aposta em ação e katanas, também se inspira em eventos históricos que fizeram com que o Japão enfrentasse um dilema entre tradição e modernização.
Para dar contexto, o mundo estava se modernizando rapidamente e se moldando em Estados modernos no século 19. Como contraponto, o Japão era uma nação isolada, ainda com um regime feudal onde os senhores feudais possuíam a terra e tinham samurais para protegê-los. Embora houvesse um imperador, ele era mais uma figura cerimonial que dirigia a religião no país — semelhante ao papado — do que uma figura com influência política real.
Após uma insurreição em 1639 pela qual missionários cristãos foram culpados, o Japão iniciou um protocolo conhecido como Sakoku, ou "País Fechado", em que restringiu o intercâmbio comercial juntamente com a entrada e saída de estrangeiros. Esse período durou aproximadamente 200 anos.
Tudo isso mudou em 1853, quando o comodoro Perry, dos Estados Unidos, chegou à costa de Edo — atual Tóquio — para exigir a abertura do país ao comércio internacional sob ameaça de um ataque com navios armados com canhões e armamentos modernos. Simbolicamente, isso produziu uma ruptura na mentalidade japonesa, mostrando como o país era fraco e atrasado diante das potências internacionais, que graças à tecnologia vigente do mundo ocidental, com armas de fogo e equipamentos sofisticados, podiam superar destacamentos inteiros dos melhores samurais.
O início de "A Ascensão do Ronin" é justamente uma tentativa de assassinar o Comodoro Perry e se vingar por causar desse momento crucial na história do país. Dois assassinos, os Veiled Blades, são enviados para eliminar os militares dos EUA, mas acabam falhando, com um deles perdendo a vida. A busca do sobrevivente por vingança e a tentativa de encontrar o misterioso shinobi que protegeu Perry será o que motivará a maioria da ação do jogo.
O choque cultural da chegada dos navios americanos causou conflito entre as famílias tradicionais que desejavam se modernizar preservando o xogunato e aquelas que buscavam construir uma nação japonesa moderna. O véu de aço começou a rachar e as diferenças entre os ishin shishi — patriotas da restauração que pediam uma república e davam poder à corte — e os partidários do bakufu com sua força especial, o shinsengumi, tropa especial que serviu ao xogunato, se chocaram em amargas guerras civis sobre o destino do país.
O período relatado em "A Ascensão do Ronin" é paralelo às Guerras Boshin, também conhecidas como Guerra do Ano do Dragão, uma série de conflitos do mundo real vencidos pelo ishin shishi que gradualmente levou o Japão medieval à nação moderna, depois ao império e, em seguida, à democracia representativa dos dias atuais.
Confira o trailer oficial do game!
