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Dumbo: Qual a história real que inspirou a trama da Disney?

Dumbo realmente existiu? Descubra qual é a história real que serviu de inspiração para a trama que foi adaptada para o sucesso da Disney!

Izabela Queiroz Publicado em 23/04/2024, às 16h21

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Cena do filme Dumbo (1941) - Reprodução/Disney
Cena do filme Dumbo (1941) - Reprodução/Disney

Conhecido como o filme favorito de Walt Disney, “Dumbo” é título da animação lançada em 1941 para contar a história de um elefante que vivia em um circo. Na trama, o personagem tem orelhas grandes de mais para o seu tamanho, o que o faz ser zombado pelos outros animais, mas lhe dá uma habilidade que nenhum outro ser de sua espécie tem: voar!

O filme, que teve o roteiro adaptado da história escrita por Helen Aberson e Harold Pearl, se tornou um dos clássicos do estúdio, ganhando, inclusive, uma versão live-action em 2019, dirigida pelo cineasta Tim Burton, onde o personagem ganha vida por meio da técnica conhecida como CGI.

Ainda assim, o que alguns podem não imaginar é que a trajetória de Dumbo tem origem em um drama real vivido por um elefante chamado Jumbo, que viveu no fim do século 19.

A história real que inspirou a trama da Disney

Segundo informações da BBC, a trágica história de Jumbo começou quando ele foi capturado, ainda filhote, na África, e levado para um zoológico em Londres, no Reino Unido, no ano de 1865.

Lá, Jumbo se tornou uma grande atração devido ao seu tamanho, visto que, na época, era apresentado como o "maior elefante do mundo". Anos após, cientistas determinaram que aos 24 anos ele tinha uma altura de 3,45 metros (do ombro até o chão), quase meio metro a mais que a média dos elefantes da mesma idade que ele, que têm cerca de 2,84 metros.

Ainda que seu tamanho chamasse a atenção, Jumbo parecia ser dócil durante o dia. Tanto é, que era comum que os visitantes (sejam eles crianças ou adultos) montassem nas costas do animal para pequenos passeios nas alturas.

Jumbo carregando pessoas
Jumbo carregando pessoas / Crédito: Rijksmuseum/Wikimedia Commons

No entanto, a noite, o comportamento do elefante mudava. Isso porque Jumbo apresentava excessos de raiva, sendo um dos exemplos dos alvos de sua fúria, as cercas de madeira que serviam para separá-lo dos demais espaços do circo, que chegaram a ser danificadas.

A situação era tão preocupante que Matthew Scott, fiel cuidador de Jumbo, costumava usar um método não recomendado para acalmar o animal, já que nessas ocasiões, ele o servia uísque.

Curiosidade: Na animação da Disney, há uma cena em que Dumbo acaba bebendo um barril desta mesma bebida alcoólica. Relembre!

Contudo, em um documentário da BBC, onde o naturalista britânico David Attenborough reuniu especialistas em diferentes áreas para analisarem o esqueleto de Jumbo presente no Museu de História Natural de Nova York, descobriu-se que o comportamento do elefante era um reflexo aos maus tratos que ele sofria nas instalações dos locais em que viveu.

Nos estudos, foi explicado que Jumbo apresentava diversas lesões nos ossos dos joelhos e quadris, resultado do peso que precisou aguentar enquanto carregava visitantes. Além disso, o animal tinha malformações nos dentes, que provavelmente lhe causavam muita dor e, por isso, quando não havia distrações, ele demostrava o incômodo em ataques enfurecidos. 

"Os elefantes têm seis dentes, mas apenas um de cada lado se desgasta em determinado momento. Quando o dente cai, outro dente nasce para substituí-lo, mas se o dente velho não se desgasta o suficiente, não cai, fazendo com que o novo dente fique deformado", explica Richard Thomas, arqueólogo da Universidade de Leicester, no Reino Unido, à BBC.

É provável que o problema tenha surgido devido à dieta incorreta que o elefante seguia no zoológico e no circo, já que, nesses locais, ele não tinha acesso à vegetação consumida por sua espécie, que permite que eles tenham o desgaste correto dos dentes.

Ainda assim, na época, essas informações não eram conhecidas, e como resultado do comportamento agressivo de Jumbo, pouco menos de duas décadas após ser capturado, o zoológico londrino resolveu vender o elefante ao circo norte-americano PT Barnum, em 1882.

Nesse local, Jumbo permaneceu por cerca de três anos, já que, em 15 de setembro de 1885, aos 24 anos, o elefante faleceu ao ser atropelado por um trem na cidade de St. Thomas, em Ontário, no Canadá — onde foi erguida uma estátua em sua homenagem.

Estátua de Jumbo
Estátua de Jumbo em St. Thomas, no Canadá / Crédito: Balcer/Wikimedia Commons

A morte é triste e conta com algumas controvérsias, já que existem três versões para a tragédia:

1. A do dono do circo: aponta que Jumbo faleceu tentado salvar outro dos trilhos do trem;

2. A observada em fotografias da época: onde imagens mostram marcas profundas no quadril do animal, indicando que ele morreu ao tentar ser embarcado em um dos vagões;

3. A científica: observando que esqueleto de Jumbo, localizado no Museu de História Natural de Nova York, não tem fraturas, os cientistas acreditam que Jumbo morreu de hemorragia interna.

Após a morte, o corpo de Jumbo foi embalsamado na Universidade Tufts, em Massachusetts, onde foi preservado até 1975, já que, neste ano, o lugar foi vítima de um incêndio, onde foi possível salvar apenas o seu rabo, que serviu para a realização de análises que reforçaram que a saúde dele era debilitada.